30/03/2016

Arnaldo

Socorro, alguma alma, mesmo
Que penada,
Me empreste suas penas
Ja nao sinto amor nem dor,
Ja nao sinto nada
Socorro, alguém me dê um
Coração,
Que esse já não bate nem apanha,
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos , deve ter
Algum que sirva

Tempo, tempo, tempo

Faz uns anos, ciente de que andava num ritmo alucinado, quase atropelada pela vida, escolhi um dia parar para ver um filme. Já nos primeiros minutos entendi que caminho o roteiro seguiria. E a partir dali comecei o meu sofrimento: por que não acabava logo se eu já sabia onde ia dar? Quantas coisa eu tinha a fazer e estava ali sentada.
E a cada ano que passa, vou acelerando. E piorando em relação à vida.

Perdi a capacidade de apreciar

Eu acho que estou doente. Nada doi. Nada vai mal. Não fisicamente.
Outro dia, entre uma obrigação e outra, fiquei observando uma família sentada no sofá do meu trabalho. Eles estavam simplesmente vendo o tempo passar. Tranquilamente, eles seguim o filho com os olhos, prá lá e prá cá. Sem pressa de fazer nada, sem tomar decisões, deixando a vida andar junto com os pezinhos da criança que os acompanhava sem um rumo definido. Me deparo com cenas semelhantes todos os dias. Confesso que gentes assim, relaxadas, me deixam louca. Me dá uma agonia pensar em parar, não produzir nada. Ainda que seja por só alguns instantes.
Trabalho - ou penso em trabalho - noite e dia. Estou fazendo a minha quinta pós graduação – esta relacionada ao trabalho. Junto com ela participei de um programa de que equivale a mais uma pós. Tudo sem deixar o trabalho de lado. E sendo mãe. E lavando a roupa de toda família. E cuidando das rotinas de casa. E ainda fazendo o café da manhã, a lancheira e o jantar.

Acho que até dou conta. Mas percebi que estou perdendo minha capacidade de apreciar. Apreciar a vida e as pessoas. Minha paciência é mais curta a cada dia. Minha tolerância com o outro se esgota rapidinho. E hoje eu percebi que não lembro quando dei uma gargalhada. Também não lembro quando foi que eu chorei. E é por isso que eu acho que estou doente. Não acho justo viver sem a capacidade de apreciar. O que é a vida senão apreciação e prazer?

13/09/2015

Profissão: inquieta


Não sei parar quieta. Gosto e preciso trocar de atividade e aprender algo novo.

As vezes olho para trás e tenho xiliques por não ter construído nada linear, por  não ter um conhecimento organizado para dividir com quem está a minha volta.
Já em outros momentos, olho para trás e vejo a incrível fliexibilidade que tive para passar por tantos caminhos deliciosos de aprendizagem.

Quando tinha sete anos queria ser médica porque achava o meu pediatra um gato. (Verdade!!!)
Com treze, queria ser escritora pois tinha um orgulho absurdo das redações que fazia.
Sempre desenhei relativamente bem. E com quatorze ou quinze fui fazer segundo grau técnico em Desenho Industrial, talvez na melhor escolar da cidade. Lá me deram instrumentos e tiraram o lápis da minha mão. Aprendi que meus desenhos artísticos não cabiam naquele lugar. Resultado: me saí bem, cumpri disciplinas que me deram noção desde arquitetura, projetos, programação visual, história da arte (desenvolvi novos amores aí), resistência de materiais e um mundo de coisas. Mas nunca me tornei uma designer espetacular. E porque fui medíocre decidi seguir outro caminho.
Fui fazer Jornalismo numa faculdade pública no interior do Paraná. Com 17 anos morava sozinha. Cresci. E curti jornalismo. E curti a cidade do interior. E curti passar aperto. Tinha dias que almoçava bolacha recheada para economizar. Muitas vezes ia para a estrada e pegava carona para passar o final de semana com meu namorado e minha família. Mas foi muito bom. E tive muita sorte. 
No mês em que acabaram as aulas da faculdade no último ano, consegui um teste de fotógrafa no maior jornal da cidade. Passei. E fiquei lá sete anos, rodando toda a cidade e todos os assuntos possíveis. Cobri as editorias policial, esporte, política, moda, cultura, economia. Aprendi a revelar e copiar as fotos no papel. Aprendi a mexer com as primeiras máquinas digitais. Aprendi a ter amor pelo que fazia e compromisso com a equipe. Acredito que tenha sido a melhor fase da minha vida. Mas sou inquieta e não poderia ter vivido aquilo para sempre. Construí a minha saída e fui trabalhar com markentig. Tentar trabalhar.
Conheci seu pai. Eu num trabalho medíocre, que não durou muito. 
Fui para outro lugar, uma indústria têxtil em Santa Catarina. Cuidava de duas marcas, uma careta e tradicional e outra jovem e moderninha. Não durou muito também. Vim para São Paulo atrás do meu amor.
Cheguei aqui empregada numa revista de moda, de um ex-fornecedor. Não me entendi com o mundo da moda. É muito divertido, mas absurdamente descartável e fútil.
Fui para as assessorias de imprensa. Tecnologia, negócios, entretenimento. Lancei um canal de tv para negros. Sucesso de mídia internacional. Foi um case premiado nacionalmente. E aí fui para o outro lado, a grande indústria multinacional.
Teria sido a vida mais confortável do mundo financeiramente e em termos de crescimento. Mas, sou inquieta. 
Fui para concessão, meio público, mas privado e com muito capital. Dinheiro rolando para todo lado. Aprendi alguns mecanismos do lado sujo dos negócios. Convivi com muita gente bacana, mas errada. E veio você.
Sortuda que sou, ganhei lastro para ser mãe durante um ano inteiro.
E nunca mais voltei para o mercado de trabalho. 

Hoje, sete anos depois, ainda tenho alguns terninhos e taileurs no armário. Acho que é um misto de saudade com esperança de reviver aquele mundo de competitividade. Mas me sinto num lugar muito mais meu. Tudo começou porque não fazia mais sentido nenhum tipo de trabalho no qual eu estivesse construindo algo que não deixasse um legado, ainda que mínimo, para o futuro. E correto.

Quando vejo as crianças que passam pela nossa Casa e o quanto elas se transformam (mesmo que fiquem pouco tempo por lá), reitero que descobri o caminho certo. Ainda não é do jeito que eu queria, mas já é muito bom.

E, de novo, as vezes, tenho vontade de mudar. Sou inquieta.
E tenho vontade de fugir, abandonar tudo. Sou inquieta.
Mas hoje vejo que o que fazemos ajuda a construir um mundo melhor. O mundo no qual você vai viver. O que construímos é o que me possibilitou viver de verdade ao seu lado, te conhecer, te apertar. E é assim que vou ficando. Menos inquieta.
Para que seja mais fácil ficar, o destino vai colocando pedras novas no meu caminho.
No início da Casa do Brincar, eu cuidava da comunicação e das crianças. Depois fui para o administrativo. Hoje, aprendi a criar mundos de brincadeira e vender eventos. E levo a nossa história para mais e mais lugares.

O caminho é hamônico. Sempre tem uma novidade que tentar me aquietar. E acontece assim, naturalmente.

Sinto raiva de Deus


Faz um tempo, não sei quantos anos, tenho um pouco de raiva de Deus. Desde muito cedo, me perguntava: que Deus é esse que permite tanta tristeza e violência? Que Deus é este que permite que quem mais acredita nele, que lhe é mais fiel, seja explorado por alguém ou por alguma instituição do jeito que essas grandes igrejas fazem? Que Deus é esse que permite que uns tenham tanto e que os que mais lhe seguem tenham tão pouco?
Ainda bebê fui batizada na umbanda. Hoje, umbanda é moda, é cool, é hipster. Mas criança e adolescente tive a oportunidade de tentar fazer caquetese na igreja católica duas vezes, passar por cultos da igreja evangélica, frequentar o kardecismo, estudar os princípios hare Krishna e, adulta, experimentar rituais como santo daime. Conclusão? Nenhuma. Não sei ainda se este Deus existe. Gosto dos princípios da umbanda, gosto dos rituais, mas não tenho disciplina. Tenho preguiça. Tenho desconfiança. 


Mas, o pior - ou melhor - de tudo, é que me descobri vivendo bem sem religião nenhuma. O que algumas religiões, como a católica e as evangélicas, te ensinam é que temos que temer um Deus e que, de alguma maneira, é por isso que temos que ser bons. Para mim é muito mais simples que isso. Fazer o que é certo, ser bom, ajudar os outros é uma questão de consciência. Não temo o que acontecerá comigo, pecados ou retornos. Simplesmente fico em paz quando não faço nada que julgo errado, quando posso ajudar e ajudo. Simplesmente fico em paz. E acredito não se precisa de religião nenhuma se você conseguir ficar bem consigo mesma.


Por enquanto, esta é a minha filosofia.

Espero que não precise chegar aos 41 para ver


Temos uma vida privilegiada. Sempre temos comida, quase sempre muito boas. Não passamos vontade de nada, temos roupas, quase sempre muito boas. Temos acesso a viagens e passeios de montão. No ano passado fomos duas vezes para exterior e aproveitamos o trabalho para levar vocês, crianças, para passearem conosco. Pelo Brasil viajamos muito. Nem sempre para onde nos levariam nossos sonhos, mas muitas vezes para visitar nossa família e mesmo conhecer lugares novos. Temos saúde. Nunca tivemos na família nenhum problema sério de verdade. Foram pequenas febres e dores que passaram com poucos esforços, alguns exames, uns médicos e umas horas de sono.
O que vivemos é completamente diferente do que vive a maior parte do mundo lá fora da nossa ilha de felicidade.
E, na vida, o ser humano demora muito a valorizar estas pequenas coisas. Sempre quer mais e mais. Nada satisfaz. Sempre falta uma nova tecnologia, um lançamento da moda ou um lugar onde os amigos costumam ir. Demoramos demais para ter maturidade para valorizar e ser feliz com o que temos. Eu mesma levei décadas para entender o quanto temos um vida boa. E, com isso, sofri. Sofri com necessidades inventadas, enxergando dificuldades inexistentes, faltas desnecessárias. Hoje, com quarenta e um anos, sou plenamente feliz com o pouco de coisas que tenho. As vezes me desgosto com uma ou outra coisa, as vezes quero ter uma vida diferente, as vezes quero viver em outro lugar. Mas, aí olho com carinho o que já tenho e sei que mesmo que fizesse um caminho diferente, voltaria para as mesmas escolhas que me trouxeram onde estou. Este é exatamente o meu lugar. E é perfeito. Tem muito mais coisas boas do que coisas ruins. Por que digo tudo isso? Não queria que você tivesse que chegar aos quarenta para conquistar esta maturidade. Com esta maturidade a vida é muito mais tranquila, temos muito mais paz. E, com isso, podemos ser mais felizes.

A volta

Venho fazendo uns registros para a minha criança ler quando crescer. E estava pensando em como deixar o conteúdo acessível para ela. Vai que eu morro na semana que vem. Quem ficar vai saber dizer realmente quem eu era? No que acreditava? Como construí minha trajetória?
Pois é, foi assim que acabei voltando. Acho que uns três anos depois de esquecer este blog. Blog dos modelos e conceitos antigos. Velho mesmo.

Enfim, hoje o este blog se torna uma conversa com a Valentina.

Mas as portas e janelas virtuais estão abertas para quem quiser. Se lhe apetecer, entre e fique a vontade. É bem-vindo.

26/04/2012

Pensamento novo

É mais do que outro ponto de vista. Criança pensa umas coisas de uma maneira que a gente que é grande não considera mesmo.
Quando lavo o rosto da minha filha de manhã, várias vezes ouço o apelo nervoso:
- Mãe, não tira a cor do meu olho.
O que responder?

07/04/2012

Um beijo para o taxista

Tenho andando meio agitada.
Outro dia, atrasada, liguei para o ponto de taxi com o qual sempre trabalhamos e pedi um carro. Distraidamente, me despedi mandando um beijo carinhoso para o taxista.
Demorei para sair da Casa quando o taxi chegou. E isso seria um horror para os taxistas num dia normal. Mas naquele dia, fui atendida com tanta simpatia e solicitude... como nunca antes.
E soube, por um outro profissional do mesmo ponto, que desde aquela tarde, teve taxista que passou a discutir para pegar as corridas solicitadas pela nossa Casa.

Paradoxo online: se você se expõe, para quê se esconder?

Detesto gente que fica dando lição de moral no estilo "o que eu faço é que é o que se deve fazer".  É claro que se você age de determinada maneira é porque acredita naquilo. Princípios. Só isso.

Mas hoje é irresistível, aqui vai a minha lição de moral: que papo é esse de ter vida online bloqueada para quem já fez parte da sua história - e ainda faz de alguma maneira.
Não sou de ficar vasculhando vida de ex (considere aí ex-amigo, ex-marido, ex-confidente, ex-qualquer coisa que envolva confiança). Não curto e sei que não faz bem. Mas saber que tem gente que se esconde... ah! isso faz diferença. Quando te bloqueiam e outras pessoas do ex-relacionamento te ligam doidas para contar de meias palavras com significados inteiros, é claro que você deveria ter direito a dar uma olhadinha e responder. Ainda mais quando as declarações da outra parte são de alguma maneira ofensivas e ou podem comprometer sua imagem e tudo o que você conquistou recentemente na vida profissional e pessoal.

Por tudo o que eu acredito é que minha vida online - e real - é aberta. Não exponho lá o que comi no almoço, o quanto foi romântica a noite de ontem, minhas dores e nem as coisas que eu queria dizer e não tive coragem de fazê-lo pessoalmente. Conto um pouquinho da minha breve vida, sem espetáculo. Pois, graças ao que quer que você acredite, tenho amigos bem próximos e presentes para quem eu posso contar minhas alegrias e meus dissabores, ganhar um bronca ou um abraço, e me sentir sempre acompanhada - na vida presencial!*
Não sou famosa e nem popular, mas considero que a minha vida é pública. Acredito de verdade no trabalho que faço e ele segue os mesmos princípios que regem a minha vida. Por isso não me escondo atrás de bloqueios online. O que acredito e o que faço está publicado sem bloqueios aqui e em todas as mídias com as quais me envolvo porque é o que norteia a minha relação com todas as outras pessoas, inclusive as que escolheram não fazer mais parte da minha vida.


* Aqui é um tópico para outro post.

07/12/2011

A surpresa que é o ser humano

Quando eu era mais novinha sempre perguntava às pessoas que se separavam se o "outro" havia mudado ou se no auge da paixão não se haviam observado as diferenças que tornariam o relacionamento impossível algum dia.
Das várias respostas que recebi nenhuma foi conclusiva.
Eu mesma tive os meus relacionamentos. Alguns duraram anos, outros apenas alguns meses. E as respostas que dei à minha própria pergunta ganharam uma leque enorme de alternativas.
Eu mudei. Envolvida, eu era cega mesmo. A outra pessoa mudou. A situação mudou. O que era bom deixou de ser porque cansou. O que era bom virou apenas hábito, enquanto eu sempre busquei arrebatamento. Os planos fugiram do controle.
Mas tem um outro lado que precisa ser considerado e que - juro - não é conversinha para se passar por vítima da vida: a outra pessoa nunca se mostrou como ela era de verdade.

Surpresas
Já te contaram uma história meiga para te dispensar que um tempo depois você soube que não era de verdade? Me conta: PRÁ QUE É QUE ALGUÉM FAZ ISSO? A decepção que vem depois é muito maior do que a dor de ouvir a verdade. Será que acharam que estava te protegendo? Ou é falta de coragem?
Resultado: você perde a confiança naquela pessoa e nas outras que virão e, sem culpa nenhuma, tentarão fazer parte da sua história.
Aí você se pergunta: o que mudou? quando foi que acabou? será que eu conhecia de verdade?
Mas não se preocupe. O tempo vem e vai e você esquece que algumas pessoas passaram na sua vida. O que é uma pena, pois todos perdem. Afinal, se escolhemos alguém para fazer uma parceria num belo dia no passado é porque aquela pessoa deve ter algo de especial, não é? Acredito que não tem porquê cuspir no prato que um dia você comeu.

Conclusão
E no final, todos foram felizes para sempre.
Mas, e com toda a razão, nunca mais se falaram.

Precisava ser assim?

29/09/2011

O brilho eterno das mentes cinzas

É incrível como nós seres humanos nos adaptamos a tudo. E como somos capazes de sustentar mil facetas diferentes numa mesma época da vida.
Defendo que não é apenas um sustentar como máscara. Tira uma e põe a outra. Nada tão teatral. É de dentro mesmo. Do fundo do coração.
Num ambiente, somos brilhantes. Em outro, somos cinzas. Num dia, voamos. À noite, caímos por terra sem o menor glamour. E na mesma noite ainda, levantamos as asas e ganhamos o céu e as estrelas, belos e faceiros por outras paragens.
E não é difícil ser assim. Sempre um aspecto da vida vai melhor do que o outro. As motivações vem e vão. Desaparecem, se renovam, nascem outras.
Se alguém quiser mais detalhes do meu ponto de vista, acho que o problema é que tem gente que se acostuma com a mediocridade de um lado, já que a sedução do outro lado ofusca e deslumbra. E leva em frente.

Analgesia é o processo que o corpo encontra para evitar uma dor. Se o pescoço incomoda, Joãozinho vai parando de virar a cabeça até que se acostuma a girar o tronco todo. E até aprende a ver um certo charme no gesto. E assim a vida vai passando. Para o Joãozinho, para o seu pescoço, o tronco e o mundo à sua volta.

Bandos, duplas e o que mais?

Pra que é que as pessoas insistem em ficar juntas? Alguém aí tem algum estudo antropológico ou seja lá o que for que me explique de maneira simples?
Será que o ser humano precisa mesmo de mais alguém? Deixa eu tentar me explicar... esse "precisa" é no sentido de viver com uma única pessoa. Claro que precisamos todos uns dos outros. Mas para que é que precisamos de "um" só alguém?
Será que podemos ser mais práticos? Meio no estilo que os homens costumam ser.

Contato físico

Li há muito anos um estudo que constatava que crianças criadas sem ou com pouco contato físico tinham graves problemas emocionais.
Será que alguém já pesquisou os adultos que, mergulhados em suas obrigações e rotinas, esquecem de se tocarem? As pessoas perdem o seu calor. Não o calor da pele, aquele que se obtem com um simples cobertor. Mas o calor de ser (do verbo ser memso) humano. O calor do carinho, do afeto. O simples calor do toque.
Acredito:
Água para as plantas. Toque de pele com pele para as pessoas.

19/09/2011

Falta tudo

Todo dia olho no espelho e vejo uma pessoa sem graça, sem conteúdo e sem tempero. Olho para as outras pessoas e prefiro não dizer nada. E, no meu silêncio, ouço muito. E ouço a falta de tudo das outras pessoas. E olhando novamente para as minhas angústias, não falo e não escrevo porque acho que é tudo superficial ou que não leva a nada.
E vez ou outra, pesquisando emoções para sentir e leituras para me deleitar, me deparo com o que eu penso, sinto. As vezes organizado até de um jeitinho parecido.
E mais uma vez reforço a ideia de que somos todos grandes vazios. E que eu me escondo demais.

11/07/2011

O orkut é gospel

Fazia tempo que eu não entrava no Orkut. Passei por lá agorinha
Parece que só restaram os religiosos e os chatos que usam aqueles aplicativos que ficam postando figurinhas purpurinadas nos scraps das pessoas.

Surto

Toda vez é assim. Fico um tempão sem vir até aqui.
Tenho mil ideias a cada banho. Escrevo as sequências mentalmente. E depois esqueço o que pensei. Esqueço do blog. Esqueço dessa vida.
E aí quando volto, é com febre e vontade de falar, falar, falar.
Hoje foi assim.
Mas deve ser só porque já são quase 22h e estou sozinha em casa.

Detonaram o FB

Há tempos me rendi ao mundo virtual. Vira e mexe eu reclamo (sim, eu sou muito ranzinza!), mas confesso que já não posso mais viver sem.
E o Facebook era o que eu considerava de mais genial na rede. Mas as pessoas conseguiram estragar o que ele fazia de bom.
Para o meu trabalho, o FB era simplesmente maravilhoso! Reunia online as pessoas que tinham os mesmos interesses que os meus. Nos encontrávamos sem nos encontrar, tínhamos acesso ao que era útil para nós e, no final, acabávamos nos encontrando de verdade.
Mas, em algum momento perdido da vaidade e do orgulho humano, algumas pessoas começaram a concorrer com as empresas e com as outras pessoas, incluindo todos os outros perfis no seu próprio perfil. E o jogo se tornou ver quem tem mais "amigos". Agora estamos caminhando para a confusão e o fim da era em que interesses produtivos nos uniam e nos beneficiavam.

E o falso moralismo?
Não pode isso. Vamos proteger aquilo. Minha família não se expõe. Blablabla.
É só olhar os murais e ver que as pessoas contam desde o que comem, onde andam, o que fazem e gostariam de fazer e ainda reclamam com quem não reclamariam pessoalmente. Tudo de uma maneira mais romântica, para não dizer fantasiosa.

Acho que é a solidão.
O mural não é ninguém, mas é todo mundo.

São Paulo Subjuntivo

"Você quer que eu pego?"
AHHHHHHHH! Como isso doi no ouvido!
No Brasil todo as pessoas que vão para a escola aprendem os modos Indicativo, Imperativo e Subjuntivo. Já aqui em São Paulo é só Indicativo e Imperativo. E isso vale até para os professores, tutores e demais fornecedores de educação.

De um extremo a outro

Eu tinha opinião sobre tudo.
Eu era bem assim. Não sei se é resquício de uma adolescência tardia. Mas, ai!, que mania eu tinha de saber um pouco de tudo e obrigar qualquer um que estivesse perto a ouvir um parecer sobre todas as coisas.
Outro dia tropecei em uma pessoa assim, exatamente como eu era. Que coisa mais cansativa! Quase gritei por socorro para me livrar daquela "sabedoria" toda.
Não sei quando ou como foi que saí dessa fase.
Talvez levada por uma onda de tédio gigante parei de me interessar por tudo, todos e querer fazer análise de qualquer coisa. Simplesmente acho que cansei de tudo. E foi assim que eu passei para a outra ponta, a das pessoas que não tem interesse por nada e nem ninguém.
Nem preciso explicar o horror que isso desperta nas pessoas. Mas, ai, como as pessoas me cansam!
Frequentemente, quando estou numa roda de bate-papo, especialmente entre mulheres, observo como quando surge um assunto todas tem que contar alguma historinha que viveu relacionada ao início da conversa. E o pior é que ninguém ouve, pois está pensando ou tentando contar a sua própria experiência ligada ao tema. As histórias não terminam nunca. Vão se abrindo mundos paralelos, parênteses e outras histórias também intermináveis.
Olhando de fora, dá para ver que cada uma delas fala sozinha. Elas contam no grupo as histórias que queriam contar para si mesmas, construindo a personagem que gostariam de ser.

Tum pá

Quem não conhece o trabalho do Barbatuques tá perdendo muito.
Percussão corporal é o que eles fazem. Geniais!
E agora o grupo está com um show mais "didático", direcionado ao público infantil.
Acho que o melhor deles ainda são os trabalhos antigos. Mas eles são tão bons que vale conhecer.

Segue uma amostrinha:

Propaganda enganosa

Nos encantamos no primeiro olhar. Rapidamente tornou-se o meu melhor amigo. Um cara divertido, inteligente, gentil.
E gordinho.
Há uns anos, abandonado pelo "verdadeiros amores" da sua vida, ficou abaladíssimo. Passou pela maior crise de autoestima que vi nos últimos tempos.
Perdeu toneladas de peso, renovou o guarda-roupas e há quem jure que fez até lipo na sua pancinha outrora redonda. Virou um novo homem. Foi quando achei que ele se tornou um pouquinho chato. Mas o que interessa a opinião de uma velha amiga, quando o moço encontrou a sua "alma gêmea" (parafraseando-o).
Casaram-se.
O tempo passou e ele, feliz e satisfeito da vida, começou a ganhar peso devagarinho. E voltou a ser "confortável" como se autodenominava antigamente.
Na semana passada nos encontramos. Entre uma piada e outra, ele se mostrava preocupado. Acabou desabafando: o relacionamento já não é mais o mesmo do início. Há tempos a sua "deusa" perdeu o interesse.

Acabou.

A gente perde o jeito

Depois de anos casada, você fica sem reação quando, andando sem pretensão pelas ruas, te olham mais firme. E se dão um sorriso, daqueles diretos e indiscretos?
É diferente de ouvir coisas como "que Deus te conserve sempre assim" ou "essa é a nora que a minha mãe queria", repetidas galantemente em frente às obras e construções da cidade.
O tempo passou. Estou ficando velha.

05/06/2011

Abrindo o coração

Quando acontece uma coisa bem legal no meio do seu dia, você tem vontade de contar para quem?
Virar para o lado, dar um telefonema ou entrar numa midia social? rs

02/06/2011

Verdadeiramente real é o agora

Andei lendo Felipe Machado. Simples. Sensível. Interessante.
Gostei de vários pontos. Segue um deles:
"... Quem disse que o que virá depois é melhor do que o que está aqui? O importante é aproveitar o momento. Afinal, entre o ‘antes’ e o ‘depois’, a única coisa verdadeiramente real é o ‘agora’."

01/06/2011

Amor, amizade, hábito

Quem consegue olhar para o companheiro e dizer que foi no dia 12 daquele mês lá atrás, às 17h43 que o amor sublimou e virou uma confortável amizade? Quem consegue observar friamente sua vida e dizer que a amizade se tornou um hábito de convivência e que a vida simplesmente vai seguindo. - Isso, claro, num relacionamento sem cicatrizes de violência emocional ou física.
Não quero ser negativa. Mas, sempre tive dificuldade de acreditar no amor eterno e em relacionamentos duradouros. Desenvolvi minhas próprias regras sobre a validade dos relacionamentos (algum dia falo mais sobre isso) e vivi por muito tempo sem me corromper. E feliz sempre.
Reencontrei ontem um amigo que, há muito anos, me ensinou a ver que tudo que traz um segundinho que seja de felicidade vale a pena. E acredito nisso de verdade.
Mas, tenho lembrado também queeu acreditava que tudo na vida tem prazo de validade. Hoje, mais velha e mais madura, acho que o movimento da vida continua igual.

31/05/2011

Prazeres da vida moderna

Mais dúvidas.
Quando foi que falar pelos messengers da vida, facebook e skypes se tornou melhor do que tocar a pessoa que tá ali do seu ladinho?
E o youtube? Já tomou conta da vida de vocês também?
Me perdi. Perdi a graça.
Será que se eu tentar me encontro de novo no mundo virtual?

12/04/2011

Vida artificial

Você já viu um spam que rodou por aí que fala mais ou menos assim...
"Ninguém é tão feio como na identidade, tão bonito como no Orkut, tão feliz quanto no Facebook, tão simpático como no Twitter, tão ausente como no skype, tão ocupado como no MSN e nem tão romântico como no Tumblr."?


Há pouco reencontrei no mundo virtual uma amiga que não vejo há anos, muitos anos. 
Muito diferente ela. Eu poderia falar das diferenças de visual e no corpo, que por si só já renderiam um longo post de reflexão. Mas não me sinto no direito.
Prefiro falar sobre como ela se tornou uma pessoa com a vida exemplarmente perfeita. Não entenda mal. Continuo acreditando que nossas vidas não precisam e nem devem ser expostas em vitrines virtuais (Meu silêncio).
Mas fiquei olhando aqueles posts, aquelas fotos, aquela vida publicada ali e lembrando da minha amigona que, em outra época, era uma pessoa real. Decidida, às vezes teimosa e difícil de lidar, mal humorada, mas com o maior coração do mundo, carinhosa, sempre pronta a ajudar, divertidíssima no meio das nossas loucuras e muito amada. Amada por ser exatamente o que ela era.


Eu sei que o tempo passou e nem eu sou mais a mesma pessoa. Mas no meio do caminho parece que a vida ficou tão artificial. Não só a da minha velha amiga, mas a de todo mundo.

Dory

É uma vergonha mas eu não escondo de ninguém. Minha memória é parecida com a da peixinha amiga do Nemo, a Dory.
Não sei se é efeito das altas quantidades de álcool na minha juventude ou se é defeito de fábrica mesmo. Já tentei exercícios para aumentar a memória, truques para ajudar a lembrar, associações de todos os tipos e até vitaminas. Mas nada foi suficiente. Talvez com o passar do tempo as coisas estejam até piorando.
Me apresento várias vezes para a mesma pessoa, nunca lembro o nome do livro e nem o diretor do filme que eu adorei, confundo literatura com vida real, me perco no tempo e no espaço, esqueço onde deixei as coisas, não consigo lembrar se é manhã ou tarde quando atendo o telefone e cumprimento quem tá do outro lado da linha e troco os nomes das pessoas. Não sei porquê, mas decoro números e lembro apenas das iniciais dos nomes. Sou capaz de chamar um Renata de Rebeca com todo o orgulho de quem acha que está acertando especialmente desta vez.
Como viver com uma cabeça dessas? Ah! Tem um segredinho: anoto tudo.
Só que as vezes perco onde foi que anotei.

12/10/2010

Ditadura da maternidade

A cada década vem um hábito, uma regra, uma lei social.
E o julgamento.
Não seguir a moda/tendência pode te fazer menos mãe do que as outras.

Água e sal ou Cream cracker?

Sempre quis saber a diferença.
Comprei das duas no mesmo dia e abri os pacotes. Tinha tanta gente a minha volta indignada com a minha ignorância que nem pude me concentrar na desgustação. E o resultado foi que não consegui saborear as iguarias e entender suas peculiaridades.
Sobre as explicações que recebi? Ah! é melhor nem falar...

Será que todo mundo sabe a diferença menos eu?

Confesso

Tá bom. É verdade. Esse blog, como todas as outras ferramentas online, é só mais um desabafo...
Eu queria falar aqui das pessoas que eu não aguento mais. Queria falar também que não quero que algumas coisas tomem determinado rumo. Ou da minha eterna busca pelo sentir.

Insight!
Estão faltando adultos na minha vida! rsrsrs

05/10/2010

Meu silêncio

Acho que já fui muito melhor em manter situações sociais confortáveis chegando mesmo a divertidas. Vários fatores me fizeram mudar: falta de tempo para me manter atualizada do mundo, falta de paciência para ouvir as pessoas e o amadurecimento da idade - ou que eu achava que era.
Fui ficando mais velha e mais seletiva com os meus assuntos e com os dos outros. Antes, eu era dessas pessoas que consegue falar o tempo todo quase sem tomar fôlego. Hoje, gosto mais dos meus silêncios. Penso antes de falar (pelo menos, a maior parte das vezes). Na verdade, não consigo mais nem me lembrar daonde tirava tanto assunto.

Agora, o que me impressiona mesmo não é a conversa fiada do elevador ou na fila de espera do caixa do supermercado. Fico abobada de verdade é com o que as pessoas falam no mundo online. Facebook, Twitter, blogs e o quase falecido Orkut.

Como é possível ter tempo, assunto e disposição para se expor tanto? - Aqui vale mencionar o post anterior (Tempo x vida possível). - Eu não entendo daonde vem tanta coisa para ser dita. Daonde a ideia de que todo mundo tem que acompanhar cada passo da sua vida?

Que interessa que hora Fulano acordou e se tomou o seu chocolate matinal se divertindo na cama? Se estivesse mesmo se divertindo tanto não teria parado para escrever no Twitter... E no que é relevante para o resto do mundo se Cicrana, numa crise de culpa, contou para todos no Facebook que chamou Roberta de Debora? E Beltrano que deseja bom apetite para o filhinho de sete meses, que (sorte do pequeno) nem faz parte desse inóspito mundo digital e está lá feliz comendo sua papinha?

Acho que hoje gosto mais dos silêncios dos outros.

PS: Ah! Outro ponto de vista é que estou tão centrada no meu mundo que me falta repertório. Ou que me tornei tão egoísta que não tenho mais interesse nas pessoas. Ou que parei no tempo e virei uma tremenda chata. Ou... Ou... Ou...

01/10/2010

Tempo X vida possível

Eu realmente queria fazer tudo como todas as outras pessoas parecem fazer. Cuidar da casa e das crianças, trabalhar e ganhar dinheiro, ir ao cinema e encontrar os amigos, me manter super atualizada e plugada na net, ter noites românticas e, de quebra, investir um tempinho em mim e estar sempre lindona.

Vida real
Mal consigo dar toda a atenção que uma criança exige, só tomo banho de madrugada, não consigo mais parar e pensar nas roupas que vou usar, trabalho muito nos intervalos nos intervalos das preocupações com a casa e com as crianças, não durmo para ter mais tempo e não ganho nenhum dinheiro.

O elo perdido
Como é que as pessoas conseguem ser tão multifunção? Como cumprem todas as obrigações, fazem exercícios, planejam o futuro, visitam a família, vão ao cabelereiro com frequência, têm diversão extra, leem livros e artigos e ainda conseguem ter tempo de contar cada passo no facebook?

Alguém me ensina?

20/08/2010

Fabianna Cozza

Demorei a descobri-la. Mas agora estou completamente apaixonada.
Olha se isso não é demais...

14/08/2010

O aniversário da menina negra

Eu estava procurando um texto antigo do Salomão Schvartzman no site da BandNews. Sem grandes pretensões. Queria autorização para divulgá-lo em outro blog que tenho, como uma homenagem a todas as mães.

Na busca, não resisti e parei para ouvir outro texto: "O aniversário da menina negra".
Não estou com vontade de explicar as minhas lágrimas. Mas segue, na íntegra, o texto do Fernando Sabino que é base para a coluna do Salomão naquele dia.


A útima crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.
O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você…” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.”
Fernando Sabino

03/08/2010

Hã?

Eu dividia as pautas que o pessoal ia cobrir para o jornal, direcionando cada profissional para uma parte da cidade numa tentativa de otimizar a produção.

Pausa para o parênteses! Você deve estar se perguntando "o que é uma pauta?"
Nesta situação, e para ser simplista, pauta é uma espécie de requisição de serviço que tem dados sobre um assunto que vai virar reportagem.

De volta à minha história - era um enrosco fazer a divisão de pautas de maneira racional e super produtiva. Tinha dias que parecia um jogo de xadrez.
Naquele início de tarde a coisa parecia quase resolvida. Mas tinha uma especificamente que não se encaixava em nada e sempre resolvia voltar às minhas mãos.
Ah! Naquela época as pautas eram escritas a mão.
E aquela pauta que ia e vinha era requisitada por alguém com um nome um tanto, digamos, diferente. Eu não sei se ela era mesmo complicada de resolver ou se eu é que estava inconformada com a estranha alcunha da pessoa que a solicitara.
Na minha indignação, me perguntei - em voz alta -  mil vezes: "Que mãe filha da puta coloca um nome desses numa criança?!".
Lia e relia a ordem de serviço. E a cada vez ficava mais incomodada. E questionava mais vezes e mais alto.
Inconformada, perguntava para os fotógrafos a minha volta.
"Jorge, o que tem na cabeça uma mãe que chama a filha de Atanagilda?"
"Ô Socó! Que merda de nome é esse?"
Só o silêncio. Ninguém me dava uma resposta e eu sofria com o raro nome.
Enfim, depois de muito aquele papelzinho azul (lembro até hoje) ir e voltar entre os meus dedos, atingi o auge da minha indignação: "Mas essa letrinha horrorosa também não ajuda!!!! Afinal, é Atanagilda ou Atanagééélda?"
Foi quando uma vozinha tímida praticamente sussurou atrás de mim:
"É Atanagilda… sou eu…"

02/08/2010

Semana Mundial de Aleitamento Materno

Eu ainda amamento.
É.
"Ainda".
Por que "ainda"? Porque minha filha tem um ano e meio.

Não tenho problemas com isso. Mas parece que muita gente ao meu redor tem.

"Por que amamentar uma criança que já anda?"
"Você amamenta uma criança que praticamente fala?"
E, sempre, com ar de indignação. Ou, no mínimo , com a cabecinha caída levemente para o lado e os olhos duros.

Meu desabafo: estou cansada de críticas caladas.

É muito simples. Nenhuma desgraça se abaterá sobre a mãe ou sobre a criança. Também não é nenhuma desvio. Não serão causados danos na personalidade de ninguém. A criança não deixará de comer. Blablablabla.

É muito simples. Deixem de ser preconceituosos. Informem-se. Comparem com os outros mamíferos. Falem com médicos. Leiam os jornais. Procurem informação oficial.

E se nada disso adiantar, leiam as instruções da caixinha de leite.

Infância?

Footing. Empurrando o carrinho com o meu bebêzão e batendo minhas perninhas pelo bairro para o sangue circular.
Estava dando a volta na praça Buenos Aires. Quase começando a escurecer. Temperatura agradável. Bela noite caindo sobre São Paulo.
Eu andava rápido.
Na frente, bem na frente, iam dois garotos, um com uns sete anos e outro com uns 14. Pareciam discutir, mas o mais velho ria um bocado. Eu me aproximando. Perto, percebi as caixinhas com panos de prato para vender. Enquanto os ultrapassava, pude ouvir a conversa:
- Parquinho! - chorando
- Porquinho?!! - rindo
- PARQUINHO!!!! - implorando
- Barquinho????!!!! - debochando
- P-A-R-Q-U-I-N-H-O!!!!!!! - lágrimas
- Porquinho??!!!! - desvirtuando
Doeu em mim. Muito.
Dói ainda.

23/07/2010

Vida online

Você usa a tecnologia para integração à realidade ou para a evasão da realidade?

A "vida real" é o que há. O mundo online é só um complemento. Os problemas surgem quando nos confundimos e achamos que o mundo online é o que há, e a vida lá fora, um complemento!Isaac Bianchi – Escritor

11/07/2010

Marisa Letícia

Não tive tempo para procurar fotos diferentes com datas precisas. Mas, acho já tem ilustração suficiente para começarmos uma discussão...

Antes:

Em julho de 2010:

Alguém me diga, por favor, OQUEQUEÉISSO???????

05/07/2010

Eu ainda estou por aqui

Que vergonha! Sem postagens desde fevereiro....
O mundo virtual rouba tempo do mundo real. Pelo menos para mim.
Adoro rodar por aqui. Inclusive faz um tempo que ando pilotando mais um blog - para o qual, aliás, tenho me dedicado bastante. Mas ultimamente tenho preferido viver experiências reais, ainda que o fascínio do virtual continue forte no ar.
Enfim, mais contato, mais pele, mais voz no ouvido, mais olho no olho.
Olha que isso também dá um tremendo trabalho! Como é difícil lidar com as pessoas! E conforme o meu tempo interno foi passando, ao invés de desenvolver habilidades para transpor as minhas fraquezas, me permiti - por preguiça ou por dor, não sei - deixar que essas pequenas faltas se enraizassem.
Você sabe quando sabemos o que tem que ser feito, o que tem que ser dito e não temos força para fazê-lo?
Ufa! Era para ser só um pedido de desculpas pela minha longa ausência e tá virando desabafo! rsrsrs
Melhor eu dar uma circulada e voltar mais tarde!

01/03/2010

Para ler mais gastando menos


Na minha "doença"de reaproveitar e reutilizar tudo na vida, fui parar nesse site : www.trocandolivros.com.br. Simplesmente me apaixonei!!!!
Postei dez alivros para troca e em três dias recebi a solicitação de cinco deles, que me dão crédito para requisitar outros cinco livros que eu queira de outras pessoas.
Fácil e rápido! Super bacana!!!!

Abaixo o pão industrial


Depois que tem filhos, as pessoas piram. Pensamentos elevados, fortes preocupações com o futuro do planeta, a eterna busca por uma vida mais equilibrada é retomada e, no meio de tudo, a alimentação é total e completamente repensada.
Eu confesso que sempre fui meio neurinha com o que alimentava meu corpinho. Talvez com exceção de uma certa tolerância com algumas marcas de cerveja, sempre controlei a qualidade de todo o resto. Mas depois que a minha filha nasceu... ah! Quanta mudança. Fiquei muito, mas muito pior. Comecei a questionar do que é feito o caldo de carne em cubinho, porque o leite de caixinha dura tanto tempo depois de aberto e como foi a vida do boi que virou o meu bife.
Mas o que eu queria dizer mesmo é que decidi passar a fazer pão em casa. Já tinha muito anos que eu só comia pães integrais – daqueles fatiados, que vem num saquinho, vendidos em qualquer supermercado. Só que depois do bebê, eu também aprendi a entender de verdade o que dizem os rótulos das comidas. A ignorância é uma benção!!!!
Voltando à vaca fria (algum dia vou pesquisar a origem dessa expressão), passei a fazer o pão da minha família. Com combinações diferentes de farinhas e grãos, com sabores doces, salgados, de ervas, com frutas.... E justo eu que sempre gostei de cozinhar mas ODEIO fazer coisas que eu tenha que sujar minhas mãozinhas.
Qual o milagre? Uma super máquina de fazer pão - aquisição do fofo marido.
Você sabia dessa maravilha da tecnologia moderna?
É uma espécie de uma caixinha com um fio que a liga a tomada, onde vc coloca todos os ingredientes e programa o timer. Em retribuição ao seu carinho, no dia seguinte ela o presenteia com o cheirinho de pão recém assado logo ao amanhecer. Legal, ne?!
Mas a danada me abandonou. Milagre que é bom dura pouco. Tanta tecnologia e não agüentou mais do que uns poucos meses. Ta quebrada.
Depois de vê-la numa daquelas matérias de utilidades inúteis que as pessoas compram – aqui em casa temos um monte delas, desde o George Forman grill, à barraca que nunca foi para o camping e virou brinquedo de criança e o almofariz de pedra, só para citar alguns - , concluí que nem o fabricante bota fé no produto.  Máquinas de pão devem ser projetadas para serem usadas duas ou três vezes em suas breves vidas. Aí quando aparece uma doida, que a utiliza uma ou duas vezes por semana, todas as semanas, a pobre máquina estressa....

25/01/2010

Dia especial

Ontem completou um ano do evento mais importante da minha vida. Minha filha!

Comemoramos do meu jeitinho: um piquenique no parque com os amigos mais próximos e a família. Foi tudo ótimo! São Pedro nos deu o sol de presente! E os amigos nos deram a sua companhia! Com exceçào do brigadeiro, a comida era toda adequada às crianças. Aliás, um monte de crianças pequenininhas, que pareceram se divertir bastante. E teve contadora de histórias. E um monte de brinquedos bacanérrimos que uma amiga fez a gentileza de me emprestar. E lama! Muita lama! Crianças encardidas de barro, grudentas de salada de fruta, carregando seus muffins prá lá e prá cá, enquanto seguiam as galinhas e gatos do parque.

Recebi um bocando de críticas antes da festa. "Programa de índio" foi o mais repetido. Afinal, festinha ao ar livre numa manhã de domingo em São Paulo não é para qualquer um! hehehe

Mas, no final todos pareciam felizes. A minha bebê se comportou super bem e se divertiu um monte com os primeiros amiguinhos dela e a família. E eu fiquei feliz também!

Só esqueci de entregar as lembrancinhas - que seguiam o tom da festa: kits com vasinhos coloridos e sementinhas de girassol, flores do campo e trevos da sorte com cartõezinhos personalizados da aniversariante.

Enfim, obrigda a todos que participaram deste último ano - que foi tão especial!

20/01/2010

Desenvolver brincando



Começou com uma visitinha lá por meados de outubro, eu acho...

Levei a minha bebê para brincar e em poucos encontros ela aprendeu a engatinhar. Agora ela vai se divertir e volta de lá praticamente andando sozinha e entendendo um monte de pequenas coisas que no seu mundo representam grandes conquistas.


Enfim, virei fã. Cada vez que levo a Valentina no Aprontando uma, ela volta feliz e mais esperta.  Recomendo muitão!!!!! Quem tem criança pequena precisa conhecer!!!

Ver seu filho sorrindo, satisfeito, é a melhor coisa que existe. Enche o coração da gente de felicidade também!

Passe lá no blog do Aprontando uma e entenda melhor porque me encantei!

18/01/2010

Entrega do sex shop

Eu estava aqui, no meu computadorzinho, trabalhando, quando a minha ajudante do lar veio perguntar se estávamos esperando uma entrega do sex shop. E eu, que até então não tinha expectativa nenhuma, fiquei aqui matutando com meus botões quão indiscreto era esse sex shop que anuncia a porteiros, empregadas e vizinhos que está fazendo levando seus felizes utensílios para os tímidos lares paulistanos. Entre um devaneio e outro, fui interrompida pela moça que falara novamente com o porteiro e me dizia agora que a caixa estava no nome do seu Leonardo.
- Bom, nesse caso, pede para subir...
E mergulhei em outros pensamentos... que surpresa será que me esperava?
Isso, quando entram na sala dois moços, dos grandes, carregando uma caixa, das muuuuito grandes. Nesse momento quase senti medo. Mas a minha taquicardia de susto passou tão logo identifiquei que os uniformes que eles usavam eram da Fast Shop.
Bom, voltemos à rotina...

01/01/2010

2010


Reproduzo aqui um diálogo entre Alice (do País das Maravilhas, de Lewiss Carroll) e o Gato:
"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir
- respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."

30/12/2009

Já deu!




Inspirada nos novos horizontes do ano que bate à porta:
JÁ DEU...


  • BERÇOS, CAMAS, LEITOS, PERFUMES e PONTAS DE FACA nos cardápios metidos;
  • os super, ultra, mega CONECTADOS. Será que dá para ser mais seletivo e menos chato?
  • os incontáveis convites de redes de relacionamento. Será que ninguém precisa fazer mais nada da vida?
  • ECOBAG que nunca ou raramente é eco para bolso, órgão mais sensível do corpo humano;
  • Espaços GOURMETS;
  • SUSTENTABILIDADE banalizada meramente como argumento de marketing;
  • A expressão SUPER super qualquer coisa;
  • A mania do meu amigo ANTONIO RIBEIRO de vender os endereços de emails dos coleguinhas do MBA para os dentistas e ortodentitas de todo o Brasil - o que faz com que pessoas como eu, uma pobre jornalista - recebam centenas de emails indecifráveis e desagradáveis de temas que jamais me interessarão - e que alguém gaste seu rico dinheirinho para que toda essa informação inútil seja distribuída para o público errado;
  • A expressão CUSTOMIZAÇÃO e suas variações;

    E você? Cansou de que?

      28/12/2009

      Delícias e tragédias do consumo moderno


      Amo sair de casa, ver o sol, as pessoas e respirar um pouquinho de poluição. Mas é ótimo poder fazer compras online. Fugir da fila do supermercado, não precisar carregar pacotes, não ter vendedor grudado no seu pé tentando te fazer engolir mais alguma coisinha.

      E para tentar tornar a experiência perfeita, surgiram os sites de descontos!

      Mas, péra lá! Antes de cair na conversa do que parece ser um excelente negócio, pesquise para quem você ta dando seu suado dinheirinho.
      Fiz três compras em hits do consumo atual: privalia.com.br e brandsclub.com.br. Meu alerta: FRIA! FRIA! FRIA!

      No Privalia, encomendei e paguei 12 peças lindonas, com super desconto. Faria um ótimo negócio.... se recebesse as peças. Depois de semanas de atraso, chegaram só cinco delas. E o que faltou tentaram transformar em crédito para comprar mais coisas no site deles. Socorro! Como não aceitei a "gentileza" fiquei mais algumas semanas aguardando para ter o dinheiro na conta de novo.

      Mas, se essa experiência foi ruim, vocês não imaginam a nojeira que está sendo com o Brandsclub. Quando você recebe a promessa de grandes marcas com precinhos bacanérrimos, ninguém te conta da logística ruim, do atendimento que só existe depois de muita pressão, da falta de respeito aos prazos.
      Para resumir: de um dos pedidos, duas das três peças simplesmente não serviram. E lá vou eu aguardando paciente e heroicamente novo crédito já que não rola troca como na lojinha da esquina.
      Da última e infeliz aquisição, recebi duas das seis roupas pagas. Depois de muito bate-boca unilateral por email – eles nunca me respondiam – fiz uma reclamação num desses sites de escândalos comerciais, estilo on line do extinto Aqui Agora. Qual não foi a minha surpresa quando, de repente, a Brandsclub me telefonou em casa para bater um papinho. Vale destacar que eles escolheram muito bem a funcionária que ocupa o posto. Voz calma, se expressa bem, passa confiança e é muito educada. Praticamente te convence de que você não entrou numa fria. Mas novamente os prazos estabelecidos por eles viraram pó e nada de produtos ou dinheiro.

      Continuo esperando. Espero resolver isso algum dia para então me descadastrar dos sites. Esperto era o Seu Hugo que sempre me dizia: “não sou rico para comprar barato”.

      Misturinha gostosa

      Ficou uma delícia! E deve ser saudável também.

      Experimente:

      Bati no liquidificador iogurte natural, figos, maçã e um pouquinho de gengibre seco ralado.
      Não sei as medidas. Siga sua intuição e delicie-se!


      *Vou tentar lembrar de fotografar nas próximas oportunidades.....

      22/12/2009

      Telefone

      A moça que cuidava da casa era uma fofa, mas tinha algumas limitações:
      - Alô!

      ...

      - O patrão deu uma saidinha, senhora.

      ...

      - Não sei a que horas ele volta. Quando ele manda dizer que não tá, ninguém sabe a que horas vai chegar.

      20/12/2009

      Brincadeira séria


      Meu primeiro blog é um espaço para trocas, vendas e compras. Começou com roupas e sapatos bacanas que eu e minha filha não usávamos mais. Depois coloquei livros na minha vitrine virtual. E agora estou eu aqui pensando no que mais eu gostaria de me livrar, mas que continuasse tendo utilidade para outra pessoa.
      Enfim, começou como forma de descarte sem desperdício, passou a ser uma tentativa de consumo inteligente e agora é a maior diversão. Passeando pelos blogs dos outros, descobri que existe um mundão enorme de gentes comprando, vendendo e trocando coisinhas legais que estão encostadas sem uso em suas casas.
      Aventure-se você também!  Garanto que é muuuuito interessante.

      16/12/2009

      Mundo paralelo

      Ando um bocado desconectada do mundo real lá fora. Tenho perdido bastante coisa interessante e umas tantas insanidades que rolam por aí.
      Olha o que uns amigos me mostraram hoje:
      http://lucasfamapop.blogspot.com/
      É de verdade! Essa pessoa existe de verdade. Me dei ao trabalho de fazer uma pesquisa e parece que ele é assim mesmo. Ele realmente acredita no que fala.
      Impressionante!

      14/12/2009

      Sentimento-experimental

      Quero mudar tudo! Cores, imagens, formas... mas que trabalhão! Ainda não aprendi o suficiente e o tempo é escasso.
      Peço a sua paciência. Vou tentando devagar. Provavelmente você verá aqui muitos layouts. Não creio que teremos um definitivo algum dia. Mas prometo que vou me esforçar para cuidar bem - pelo menos - das fotos.

      07/12/2009

      DENÚNCIA!!! RUNNER FAZ MUUUITO MAL À SAÚDE


      A academia Runner é uma empresa... complicada, para ser gentil. É a empresa mais desorganizada que já conheci. Para conferir é só dar uma olhada em Reclame Aqui - aliás, este site é muuuito legal!
      O meu problema com a Runner começou há exatamente um ano. Foi resolvido parcialmente, mas ainda me causa muitos transtornos, inclusive legais.

      02/12/2009

      Coisas que eu quero fazer antes dos 60



      Ser feliz! Tem mais algum motivo para estarmos neste mundão???

      Claro que ajuda se eu conseguir ganhar dinheiro, viajar pelo mundo, ter um carrão importado, usar produtos da Lancome.

      Mas eu também me contento com outras coisinhas bem mais simples, como ir às sessões do Cinematerna nas terças-feira, recusar com veemência as torturas de manicure semanais às quais as mulheres são obrigadas, tomar um bom café ou um bom chocolate, ir a feiras, brechós e ao açougue da esquina, conhecer gente... enfim, a lista é loooonga.

      01/12/2009

      Comecinho

      Então (para mostrar já de início que estou bem ambientada em São Paulo), como eu ia falando, nos dias atuais para existir, TEMOS que blogar. Quantas e quantas noites acordei sobressaltada e com o coração aos pulos, tomada de um terror que me corroia as entranhas: e se eu deixar de existir porque não me escancarei para o mundo num blog? Levantava da cama quente no meio das madrugadas e corria para o teclado com as mãos suadas e frias para tentar me livrar da dor, enquanto enganava apenas a mim mesma blogando no meu primeiro blog de brincadeira - que mais me toma o tempo e o dinheiro, apesar de me dar alguma diversão. Um bloguezinho de nada, pelo qual eu tento jogar menos coisas fora e transformar o que já não me serve mais em coisas úteis para mim e para os outros. Tremendo autoengano.
      Durante muito tempo me senti uma excluída. Mas a partir de agora tento me redimir. Faço um esforço para estar aqui na rede com todo mundo.
      Agora eu existo!

      Foi dada a largada de mais um blog!


      Não pude mais resistir. Levada pela correnteza, preciso ser hype.
      E aqui vou eu: estreando meu blog de blablablas. Sem pretensões. Não quero ser  filosófica, salvar o mundo, fazer terapia online ou parecer legalzinha. Só quero existir e fazer algo melhor por mim e por você.
      Bem-vindo e obrigada pela visita. Espero merecê-la sempre.
      beijos,
      Lu Motta