29/09/2011

O brilho eterno das mentes cinzas

É incrível como nós seres humanos nos adaptamos a tudo. E como somos capazes de sustentar mil facetas diferentes numa mesma época da vida.
Defendo que não é apenas um sustentar como máscara. Tira uma e põe a outra. Nada tão teatral. É de dentro mesmo. Do fundo do coração.
Num ambiente, somos brilhantes. Em outro, somos cinzas. Num dia, voamos. À noite, caímos por terra sem o menor glamour. E na mesma noite ainda, levantamos as asas e ganhamos o céu e as estrelas, belos e faceiros por outras paragens.
E não é difícil ser assim. Sempre um aspecto da vida vai melhor do que o outro. As motivações vem e vão. Desaparecem, se renovam, nascem outras.
Se alguém quiser mais detalhes do meu ponto de vista, acho que o problema é que tem gente que se acostuma com a mediocridade de um lado, já que a sedução do outro lado ofusca e deslumbra. E leva em frente.

Analgesia é o processo que o corpo encontra para evitar uma dor. Se o pescoço incomoda, Joãozinho vai parando de virar a cabeça até que se acostuma a girar o tronco todo. E até aprende a ver um certo charme no gesto. E assim a vida vai passando. Para o Joãozinho, para o seu pescoço, o tronco e o mundo à sua volta.

Bandos, duplas e o que mais?

Pra que é que as pessoas insistem em ficar juntas? Alguém aí tem algum estudo antropológico ou seja lá o que for que me explique de maneira simples?
Será que o ser humano precisa mesmo de mais alguém? Deixa eu tentar me explicar... esse "precisa" é no sentido de viver com uma única pessoa. Claro que precisamos todos uns dos outros. Mas para que é que precisamos de "um" só alguém?
Será que podemos ser mais práticos? Meio no estilo que os homens costumam ser.

Contato físico

Li há muito anos um estudo que constatava que crianças criadas sem ou com pouco contato físico tinham graves problemas emocionais.
Será que alguém já pesquisou os adultos que, mergulhados em suas obrigações e rotinas, esquecem de se tocarem? As pessoas perdem o seu calor. Não o calor da pele, aquele que se obtem com um simples cobertor. Mas o calor de ser (do verbo ser memso) humano. O calor do carinho, do afeto. O simples calor do toque.
Acredito:
Água para as plantas. Toque de pele com pele para as pessoas.

19/09/2011

Falta tudo

Todo dia olho no espelho e vejo uma pessoa sem graça, sem conteúdo e sem tempero. Olho para as outras pessoas e prefiro não dizer nada. E, no meu silêncio, ouço muito. E ouço a falta de tudo das outras pessoas. E olhando novamente para as minhas angústias, não falo e não escrevo porque acho que é tudo superficial ou que não leva a nada.
E vez ou outra, pesquisando emoções para sentir e leituras para me deleitar, me deparo com o que eu penso, sinto. As vezes organizado até de um jeitinho parecido.
E mais uma vez reforço a ideia de que somos todos grandes vazios. E que eu me escondo demais.