Faz um tempo, não
sei quantos anos, tenho um pouco de raiva de Deus. Desde muito cedo, me
perguntava: que Deus é esse que permite tanta tristeza e violência? Que Deus é
este que permite que quem mais acredita nele, que lhe é mais fiel, seja explorado
por alguém ou por alguma instituição do jeito que essas grandes igrejas fazem?
Que Deus é esse que permite que uns tenham tanto e que os que mais lhe seguem
tenham tão pouco?
Ainda bebê fui
batizada na umbanda. Hoje, umbanda é moda, é cool, é hipster. Mas criança e
adolescente tive a oportunidade de tentar fazer caquetese na igreja católica
duas vezes, passar por cultos da igreja evangélica, frequentar o kardecismo,
estudar os princípios hare Krishna e, adulta, experimentar rituais como santo
daime. Conclusão? Nenhuma. Não sei ainda se este Deus existe. Gosto dos
princípios da umbanda, gosto dos rituais, mas não tenho disciplina. Tenho
preguiça. Tenho desconfiança.
Mas, o pior - ou
melhor - de tudo, é que me descobri vivendo bem sem religião nenhuma. O que
algumas religiões, como a católica e as evangélicas, te ensinam é que temos que
temer um Deus e que, de alguma maneira, é por isso que temos que ser bons. Para
mim é muito mais simples que isso. Fazer o que é certo, ser bom, ajudar os
outros é uma questão de consciência. Não temo o que acontecerá comigo, pecados
ou retornos. Simplesmente fico em paz quando não faço nada que julgo errado,
quando posso ajudar e ajudo. Simplesmente fico em paz. E acredito não se
precisa de religião nenhuma se você conseguir ficar bem consigo mesma.
Por enquanto, esta
é a minha filosofia.
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