12/04/2011

Dory

É uma vergonha mas eu não escondo de ninguém. Minha memória é parecida com a da peixinha amiga do Nemo, a Dory.
Não sei se é efeito das altas quantidades de álcool na minha juventude ou se é defeito de fábrica mesmo. Já tentei exercícios para aumentar a memória, truques para ajudar a lembrar, associações de todos os tipos e até vitaminas. Mas nada foi suficiente. Talvez com o passar do tempo as coisas estejam até piorando.
Me apresento várias vezes para a mesma pessoa, nunca lembro o nome do livro e nem o diretor do filme que eu adorei, confundo literatura com vida real, me perco no tempo e no espaço, esqueço onde deixei as coisas, não consigo lembrar se é manhã ou tarde quando atendo o telefone e cumprimento quem tá do outro lado da linha e troco os nomes das pessoas. Não sei porquê, mas decoro números e lembro apenas das iniciais dos nomes. Sou capaz de chamar um Renata de Rebeca com todo o orgulho de quem acha que está acertando especialmente desta vez.
Como viver com uma cabeça dessas? Ah! Tem um segredinho: anoto tudo.
Só que as vezes perco onde foi que anotei.

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