11/07/2011

De um extremo a outro

Eu tinha opinião sobre tudo.
Eu era bem assim. Não sei se é resquício de uma adolescência tardia. Mas, ai!, que mania eu tinha de saber um pouco de tudo e obrigar qualquer um que estivesse perto a ouvir um parecer sobre todas as coisas.
Outro dia tropecei em uma pessoa assim, exatamente como eu era. Que coisa mais cansativa! Quase gritei por socorro para me livrar daquela "sabedoria" toda.
Não sei quando ou como foi que saí dessa fase.
Talvez levada por uma onda de tédio gigante parei de me interessar por tudo, todos e querer fazer análise de qualquer coisa. Simplesmente acho que cansei de tudo. E foi assim que eu passei para a outra ponta, a das pessoas que não tem interesse por nada e nem ninguém.
Nem preciso explicar o horror que isso desperta nas pessoas. Mas, ai, como as pessoas me cansam!
Frequentemente, quando estou numa roda de bate-papo, especialmente entre mulheres, observo como quando surge um assunto todas tem que contar alguma historinha que viveu relacionada ao início da conversa. E o pior é que ninguém ouve, pois está pensando ou tentando contar a sua própria experiência ligada ao tema. As histórias não terminam nunca. Vão se abrindo mundos paralelos, parênteses e outras histórias também intermináveis.
Olhando de fora, dá para ver que cada uma delas fala sozinha. Elas contam no grupo as histórias que queriam contar para si mesmas, construindo a personagem que gostariam de ser.

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